Professor Adriano Oliveira
Meus queridos leitores, talvez aos seus olhos possas dizer: “Nunca me interessei em saber a resposta de tal indagação!” Se este foi seu pensamento, venho dizer que também pensamos a mesma coisa. Mas aqui para nós, é um tipo de pergunta interessante. E tal questionamento foi feito em uma de nossas congregações, na capital alagoana, por um aluno da Escola Bíblica Dominical a um dos nossos professores, que em busca de trazer um maior embasamento em sua resposta, consultou a alguns dos ilustres estudiosos, aguçando nossa curiosidade para extrair uma possível resposta.
Meus amados, esse é o tipo de pergunta que, sinceramente, nunca ouvi ninguém abordar a respeito, até porque os judeus nunca demonstraram interesse em adicionar esse tipo de comemoração em seu calendário de principais festas judaicas Sagradas, tais como o Dia da Expiação ( Lv 23.27), a Festa das Primícias, Pentecostes (Lv 23.10-16) ou a própria Páscoa (Lv 23.5).
Para ser sincero e mais preciso, quando tratamos da “Virada de Ano” nos tempos de Cristo, precisamos entender algumas verdades, como a diferença do calendário judaico em relação aos demais calendários. Não é novidade que, nos tempos em que Cristo tinha seus 33 anos de idade, cada nação possuía seu calendário próprio, ou seja, tinham seus dias de Virada de Ano diferentes. Quero dizer com isso que nessa época, na maioria das civilizações, não há um relato sequer de VIRADA DE ANO UNIVERSAL e comum a todos. Um fato claro ocorreu recentemente. Enquanto aqui no Brasil aguardávamos a chegada de 2024, Israel já tinha entrado no ano novo e, ao invés de fogos de artifício, estavam recebendo um bombardeio pesado do Hamas.
Outra coisa que precisamos entender é a metodologia utilizada para medir o tempo em horas. Ora, na época de Jesus era totalmente diferente do modo utilizamos hoje. Nos tempos do NT, a contagem era feita sem a precisão que temos atualmente. Era costume para os judeus iniciar o dia ao nascer do sol e encerrar com o poente. Portanto, baseado em tão importante fato, é IMPOSSÍVEL QUAISQUER ANÁLISES RELACIONADAS A UMA CONTAGEM REGRESSIVA que venha a marcar a passagem DE UM ANO PARA OUTRO!
Também precisamos deixar claro que existem muitas discordâncias acerca do ANO NOVO JUDAICO, até porque faltam detalhes bíblicos e extra bíblicos que elucidem a maneira como os judeus comemoravam essa data. Teoricamente, para os israelitas, quando tratamos do Ano Novo Civil, sempre começa em uma época que, dentro do nosso calendário, é equivalente a um período entre setembro e outubro, ou seja, no primeiro dia do sétimo mês, chamado “TISRI”.
Era normal que em todo dia primeiro de TISRI fosse feita uma “Santa Convocação”, que era um tipo de cerimônia voltada a sons de instrumentos de sopro, tais como trombetas, com entrega de ofertas. Um tipo de dia reservado ao descanso (Levítico 23:24). De acordo com o costume judaico, isso acontecia só durante o dia. Não há registros de quaisquer atividades ou comemorações no exato momento de mudança do último dia do ano anterior para o primeiro do ano subsequente.
Além do mais, de acordo com os escritos neotestamentários, não existe a mínima evidência da forma como os cristãos da primeira era, nos tempos de Cristo, interpretavam essa questão da virada de ano. Em outras Palavras, não há nenhuma prova ou evidência teológica que comprove celebrações ou cultos voltados a virada de ano.
Então, em suma, Jesus poderia estar em qualquer lugar que desejasse, MAS acreditamos que JAMAIS PODEMOS AFIRMAR QUE ELE ESTAVA PASSANDO “VIRADA DE ANO” EM ALGUMA FESTA NESTE SENTIDO PROPRIAMENTE DITO. Porém, estamos abertos ao conhecimento. São sempre bem-vindas novidades baseadas nas Escrituras e nas fontes extras de bíblicas confiáveis.
Claro que o objeto do texto gira em torno daquilo que foi perguntado: “Como e onde Jesus, nos seus 33 anos de idade, passava a virada de ano?” Nada com intuito de refutar nossos tradicionais e abençoados cultos que realizamos com intuito de nos prostrarmos diante de Deus, agradecendo por tudo que passou e o adorarmos no último dia do ano, pedindo um abençoado ano vindouro. Um trabalho tradicional, espiritual, sadio, cristão e de gratidão.
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